O marketing é a profissão do futuro! Entenda-se marketing na verdadeira aceção da palavra e que contempla as dimensões económica, humana, social e tecnológica com o objetivo de encontrar e desenvolver um conjunto de soluções que permitem otimizar a interação com clientes.

E hoje, por força da evolução digital, das alterações do comportamento dos consumidores, da necessidade em compreender cada momento de jornada do cliente e pelas alterações do contexto externo com extrema rapidez, o marketing tem necessidade de evoluir para uma nova era.

Assim, contempla uma tripla dimensão que vive de forma integrada e imersiva e cujos vértices são representados pela tecnologia, humanização e pela envolvente. Vejamos o seguinte exemplo: o crescimento do metaverso e da inteligência artificial permitem a simulação da experiência de condução de um determinado automóvel, na cor que elegemos, com o modelo que pretendemos, circulando pelas ruas que escolhemos. Estão presentes nesta história a tecnologia, a customização e a envolvente, todas elas contribuindo para moldar a experiência do cliente e eventualmente, ser partilhada.

Neste caso, estaremos perante uma nova forma de comunicação, muito persuasiva, assente no passa-palavra, de uma solução totalmente customizada, mesmo que não tenha sido real. O exemplo poderia alargar-se à visualização prévia da disposição do mobiliário de uma casa, ou da simulação de um conjunto de pronto-a-vestir.

Uma das grandes vantagens da integração desta tripla dimensão respeita à redução drástica do atrito, medidos em tempo e dinheiro. Afinal, não é preciso ir ao stand experimentar o carro, nem ir às) loja(s) escolher os móveis ou ao ponto de venda experimentar a roupa. Para além de que o posso fazer em qualquer altura do dia e em qualquer lugar.

E em que medida o vértice da envolvente pode ganhar protagonismo na diferenciação da oferta? É simples: se pensarmos no retalho, o ponto de venda do futuro terá de ser capaz de garantir uma experiência que envolva os 5 sentidos. Mas se operarmos num mercado B2B ou em commodities (ex. produto químico), o cliente pode monitorizar os níveis de segurança da entrega, o local exato just in time do transporte da mercadoria, a garantia dos níveis exigidos de sustentabilidade, ao mesmo tempo que pode interagir com o responsável (físico ou virtual) da empresa fornecedora.

Adicionalmente, será com cada vez maior perfeição que essa interação coexistirá, tornando difícil destrinçar entre a realidade e a artificialidade.

Eis-nos assim chegados ao marketing imersivo (versão 6.0) num momento em que muitas empresas ainda não saíram da versão “pré-histórica” do 1.0, onde é olhado como um conjunto de produtos que se comunicam com alguma dose de criatividade.

A boa notícia é a de que o marketing não deixará de se continuar a aperfeiçoar e se encarregará de promover a distinção entre quem está mais próximo da vertente estratégica e da relação com clientes, de quem está a olhar para o seu umbigo e para a gestão de produto e que seguramente ainda não leu o famoso artigo de Ted Levitt , intitulado “Miopia de Marketing”, publicado em 1980.

in https://linktoleaders.com/a-era-do-marketing-6-0-pedro-celeste-pca/

Published On: Fevereiro 1, 2024 /