A transformação que o marketing digital provocou em todos nós, indivíduos e empresas, leva-nos a refletir sobre quais serão os próximos passos que, com algum grau de probabilidade e baseados em informação histórica, podemos antecipar.
Mesmo sabendo que há vários registos históricos de projeções das mais diversas entidades, entre as quais grandes empresas de consultoria, que projetaram números e realidades que não vieram a acontecer, ou foram ultrapassadas largamente pela realidade, devemos assumir o risco de perspetivar, pelo menos no curto prazo, algumas tendências no que diz respeito à comunicação de marketing das empresas:
1 – De Big Data para Small Data: mais do que trabalhar informação volumosa e criar estatísticas a partir daí, os investimentos em marketing passarão a congregar mais euros na capacidade de criar informação única, útil e rentável. Cerca de três quartos dos responsáveis de marketing das empresas consideram que não estão a produzir conteúdos interessantes nos investimentos publicitários online.
2 – Da Mensagem Longa para Curta e Simples: o maior motor de busca no segmento jovem adulto já é o Youtube e esse fenómeno será reforçado de forma exponencial. A imagem e o som tornarão os factos “reais”, sejam eles emocionais ou racionais. Pequenos vídeos têm gerado bons resultados, como alguns que são produzidos por algumas campanhas em ambiente Snapchat ou Spotify.
3 – De Comunicação para Envolvimento. O incremento do uso do WhatsApp, Facebook Messenger ou WeChat são excelentes exemplos, se comparados com as taxas de crescimento do Instagram, Twitter ou Linkedin. Tudo o que envolva a participação direta e instantânea (chat) terá mais êxito.
4 – De Desktop para Mobile: desde 2013 que se fala do “ano do Mobile”, porque os números são inquestionáveis. As receitas publicitárias nos EUA atingiram 60 biliões de dólares em 2015, com um crescimento de 20% face ao ano anterior. Mas o investimento em mobile cresceu quase 70%, enquanto no desktop apenas aumentou 5%. Estes números irão reforçar-se, porque os consumidores já passam um quarto do seu tempo ao telemóvel, contribuindo para que os atuais 12% do investimento publicitário total em mobile tenda claramente a aumentar.
5 – De Excesso de Presença da Marca para Eficácia: o investimento em publicidade online não tem produzido o retorno esperado pelas marcas, nem mesmo pelos agentes que operam na área. Mais de 90% dos consumidores consideram positivo e útil recorrer a um bloqueador de anúncios publicitários on line. Um estudo da Pagefair revela que há cerca de 200 milhões de utilizadores que bloqueiam anúncios, correspondendo a uma taxa de crescimento de mais de 40%. O mesmo estudo indica que o bloqueio de anúncios pode ter custado aos anunciantes mais de 20 biliões de dólares em 2015.
A Google e o Facebook têm sido os grandes protagonistas dos dias de hoje, uma vez que juntos agregam três quartos de todo investimento publicitário online. No caso do Facebook, o crescimento das receitas publicitárias no último ano atingiu quase 60%, enquanto no Google cresceu perto de 20%. Em comparação com o Facebook, este parece representar um número modesto, mas, se pensarmos que todos as outras plataformas juntas cresceram apenas 13%, ficamos com uma ideia de grandeza do feito.
Provavelmente, continuarão a ser os maiores protagonistas. Acima de tudo, porque nos conhecem, nos percebem e nos dão aquilo que queremos.