Esta frase lapidar de um futebolista poderia aplicar-se à grande maioria dos economistas, analistas financeiros e a todos aqueles que prevêem o futuro.

Em marketing não é diferente e corre-se sempre o risco de perspectivar algo que pode registar desvios significativos. Ainda assim, vale a pena antecipar algumas das tendências que cruzam mais directamente com as atividades conexas ao marketing.

Segundo a PwC, os investimentos em media tenderão a crescer 5% em 2018, atingindo 2 mil biliões de dólares, sobretudo, por força do crescimento do marketing digital e, em particular, do vídeo, que crescerá cerca de 15%. São boas notícias para o Youtube, Netflix ou Amazon Prime Vídeo, sobretudo, se tivermos em conta o potencial crescimento que ocorre na China e Índia.

Também o investimento em gamification e na realidade virtual tenderão a crescer acima dos 10%. O próprio Facebook já anunciou o lançamento de óculos de realidade virtual, o Oculus Go, a 199 dólares. ( https://www.theguardian.com/technology/2017/oct/11/oculus-go-virtual-reality-facebook).

De acordo com a consultora Magna Global, os investimentos publicitários em suportes digitais continuarão a crescer a bom ritmo, com o mobile marketing a liderar a taxa de crescimento, com 24%, em 2018. Na realidade, pela primeira vez, assistiremos à ultrapassagem do investimento publicitário digital (38%) relativamente ao investimento em televisão (36%). No mesmo sentido, o investimento em media search ultrapassará a publicidade na imprensa escrita, que continua a encolher a uma taxa prevista de 3%.

Esta tendência tenderá a acentuar-se, uma vez que, à semelhança dos nativos digitais, que nasceram e cresceram com a tecnologia digital, passaremos a encontrar empresas que são native advertisers, isto é, que nunca terão comunicado por outra via que não a digital.

Segundo a eMarketer – https://www.emarketer.com – ,  o investimento publicitário no Facebook e Google poderá crescer 60% e 20%, respetivamente. O mesmo acontece com a Amazon, que verá os investimentos dos seus clientes crescerem 30%, podendo atingir quase 1,5 mil milhões de dólares. Finalmente, no Alibaba verifica-se que 60% das suas receitas já tem origem no investimento publicitário.

Do lado das empresas, podemos perceber a origem dos investimentos. O retalho, por exemplo, irá investir perto de 2 mil biliões de dólares em e-commerce, o que representa um crescimento de cerca de 20% face a 2017.

A já muito discutida questão sobre o papel do espaço físico face ao contexto de crescimento digital, pode encontrar resposta, sobretudo, na complementaridade da oferta, o que tem levado à construção de parcerias entre os grandes players: a Walmart venderá produtos alimentares frescos, via Google Assistant, que podem ser recolhidos em qualquer dos 4.700 pontos de venda. Serão concorrentes, respetivamente, da Whole Foods e da Amazon, na mais cara operação de sempre levada a cabo pela tecnológica (13,7 mil milhões de dólares).

Um olhar particular para o mercado chinês, revela números impressionantes: metade do produto gerado mundialmente pelo e-commerce no retalho tem assento na China, onde ¾ das compras são efectuadas via mobile. Nesta área, o Alibaba espera crescer quase 50%, mesmo com a concorrência aguerrida da Tencent que é o maior e mais utilizado portal de serviços de internet chinês.

Por último, um retrato sobre todos nós e a relação com o digital. No mundo, existem 7,6 mil milhões de pessoas, das quais 4 mil milhões estão conetadas pela internet, sendo que no final de 2018 se estima que sejam 5 mil milhões. O mobile chegará a todos e atualmente cobre 2/3 da população mundial, sendo que 200 milhões de utilizadores tiveram o seu primeiro telemóvel em 2017. Os viajantes no social media já atingem 3 mil milhões e quase todos o fazem via mobile. E o que é mais curioso é que, na grande maioria dos casos, todo este acesso à informação e partilha de dados ou mensagens já é feito gratuitamente.

Mais cedo do que possa parecer, todos teremos acesso gratuito e ilimitado à internet em qualquer ponto do mundo. Antever a evolução do mundo e do marketing em 2018 é uma tarefa arriscada. Antecipar o futuro daqui a 5 ou 10 anos, é um acto de estultícia. Porque, tal como nos orçamentos de proveitos, a única coisa que está certa é que os números estão errados!

Published On: Abril 10, 2018 /