Todos aqueles que gerem empresas sabem que a capacidade de liderança nos seus mais variados ângulos é uma competência essencial para a geração de bons resultados, seja na performance económica, na sua dinâmica social e, já agora, na sua sustentabilidade.
São muitas as referências de líderes empresariais que, pelo seu carisma e desempenho, foram capazes de criar novas dimensões de performance nas áreas de negócio onde atuaram: Henry Ford, Jack Welch, Richard Branson, Steve Jobs, Warren Buffet, Bill Gates, Jeff Bezos, Howard Schultz, Sundar Pichai ou Mark Zuckerberg, apenas para mencionar algumas grandes referências mundiais numa mistura cronológica.
Olhando para o momento atual e para aquilo que é o sucesso das empresas de âmbito digital, sabemos que as marcas que têm dado cartas ao nível mundial, são precisamente aquelas que projetam uma liderança muito focada no conhecimento dos clientes, na excelência de serviço e na capacidade permanente de inovação.
É nesse contexto que escolhi duas personalidades distintas, representativas do sucesso de empresas exemplares e que são hoje “bandeiras” dos países que representam neste confronto mundial pela liderança do futuro entre China e EUA: são eles Jack Ma e Tim Cook, ambos protagonistas de uma visão estratégica de longo alcance que devem ser enaltecidas.
Têm em comum o facto de serem menos falados que muitos líderes carismáticos sem que isso lhes retire o mínimo de credibilidade e valor em todo o seu desempenho.
Comecemos pelo criador da Alibaba, uma das maiores potências na área digital a nível mundial sobretudo em todo o mercado a Oriente e liderou a empresa até há bem pouco tempo, tendo-se retirado na sequência de críticas públicas ao sistema chinês de regulação financeira e desaparecido do espaço mediático. Ele é provavelmente o principal protagonista daquilo que é hoje a nova Rota da Seda a nível empresarial, contribuindo em grande escala para a afirmação da China como uma grande potência mundial.
São múltiplas as áreas de negócio criadas e desenvolvidas por Jack Ma, desde o Alipay até ao Ant Finantial, numa lógica de alargamento da cadeia de valor da Alibaba em diversos mercados, deixando atrás de si a seguinte realidade: líder mundial no e-commerce em volume, uma capitalização bolsista de 620 mil milhões de dólares, 120.000 colaboradores, que servem 1.000 milhões de clientes.
Do outro lado do mundo encontramos Tim Cook, que perfaz agora 10 anos que tomou as rédeas da Apple. O que se perspetivava ser uma complexa sucessão do reinado do carismático Steve Jobs manifestou-se um estrondoso caso de sucesso. Tendo herdado uma empresa com um valor de mercado de 349 mil milhões de dólares, segundo a Datastream, hoje a mesma vale 2,5 biliões de dólares, mais do que qualquer outra à face da Terra. Também as vendas aumentaram de 108 para 274 mil milhões de dólares na última década, o mesmo acontecendo com o lucro que mais do que duplicou, para 57 mil milhões de dólares, tornando-se a empresa mais lucrativa a nível mundial.
A ele devemos muito do que é hoje a nossa dependência / preferência pelo uso do mobile como forma de comunicar, consultar, partilhar e transacionar, pelo estratosférico impulso que deu aos smartphones (1.000 milhões de utilizadores de iPhone a nível mundial), quando já está em na calha o iPhone 13, que é tão só um supercomputador de mão, com um processador quase 50 vezes mais rápido que os anteriores. Promete não parar, pelo menos até 2025.
São múltiplas as facetas, personalidades, nível carismático ou estilo de um líder bem-sucedido, mas mais do que nunca, é imperioso projetar o foco no cliente em primeiro lugar. E é disto que trata o marketing.
Num tempo em que se banaliza a ideia do customer-centricity, temos todos muito a aprender com estes dois exemplos.
in https://linktoleaders.com/marketing-e-lideranca-pedro-celeste