Não passam duas décadas desde que nasceram os primeiros departamentos de marketing profissionalizados. Mesmo os grandes grupos económicos olhavam para o marketing como uma função acessória, que o colocavam como órgão de staff nos seus organogramas.

Os Departamentos Comerciais (com forte ênfase nas vendas) sobrepunham-se-lhe. Curiosamente este caso de amor-ódio entre o Marketing e as Vendas ainda perdura nas empresas que teimam em não os integrar como uma força comum, de cumplicidade mútua, coerente, consistente e orientada para um objectivo duplo: aumentar os níveis de rentabilidade e competitividade.

São inúmeros os casos desta separação evidente, onde a culpa pelos resultados não alcançados são sempre remetidos para a outra parte:  nos sectores automóvel, informático, banca, seguros, etc… é comum encontrar-se esta situação. Ora são os materiais de comunicação que não ajudam na venda, ora são os vendedores que não tiram proveito das ferramentas de comunicação.

No meu entendimento, e apesar de grandes transformações organizacionais, o Marketing ainda desempenha um papel fortemente centrado na Comunicação e ausente nas vertentes directamente ligadas à área Comercial em muitas empresas, desempenhando assim um papel subalterno. Em quantas grandes empresas o Marketing não representa ainda o departamento que gere o merchandising, trata com as agências de publicidade e pouco mais.

Todavia, nas empresas fortemente empenhadas em criar excelência junto dos clientes, o marketing desempenha um papel cada vez decisivo na empresa, designadamente no que respeita à sua responsabilização e capacidade de influência ao nível da Administração, colaborando e intervindo no desenho de todas as componentes do negócio que interagem com os clientes. De facto, hoje vivemos perante desafios de competitividade extremamente exigentes perante os quais é preciso assegurar uma multidisciplinaridade de funções para quem assume a responsabilidade na área de marketing, não sendo possível perpetuar o amadorismo.

Cabe aos Departamentos de Marketing assegurar a combinação de uma liderança forte e inspirada, fruto da percepção da realidade do mercado, com o suporte tecnológico e comunicacional capaz de dar resposta ao grau de exigência dos clientes. Mas essa é uma conquista que se ganha com a racionalidade das decisões e não com a mera criatividade.

Ainda hoje são dadas inúmeras designações aos Departamentos de Marketing, evocando as áreas que o integram, como por exemplo Departamento de Comunicação, Comercial, Imagem, Vendas, etc….
No futuro, o principal Departamento de qualquer organização intitular-se-á Departamento do Cliente.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/marketing-box=s25119#ixzz2uvX5baE1

Published On: Maio 15, 2009 /