Não há marketing sem emoções. Não há campanha sem criatividade, nem produto sem inovação. Não há serviço sem diferenciação, nem canal de distribuição sem eficiência. Não há atitude de marketing sem pessoas, nem orientação para o cliente sem verdade. E, se tudo correr bem, no final do dia há resultados! Os resultados são o espelho do trabalho desenvolvido: mede-se em vendas, margens, taxas de crescimento, de penetração ou fidelização, etc…
Ainda sobrevive o estigma de que ao marketing não cabe o tão propalado Business Analytics, como não parece haver lugar para o Data Driven Manager. Para estes, a sua actividade de gestão e controle analítico cinge-se à elaboração e acompanhamento do orçamento departamental.
Esta visão redutora das funções de marketing ainda é vivida em grandes organizações, sobretudo nas que têm um foco predominante no controle dos custos e das operações. De quem valoriza o perfil financeiro ou de controller para os níveis hierárquicos mais altos da organização. De quem olha com desconfiança para a disrupção, para a mudança de paradigma e para a orientação para o cliente.
Uma academia que valoriza a componente financeira e contabilística das organizações, com menor pendor apara a abordagem às temáticas da estratégia, inovação e marketing, pode ser a principal causa desta forma de pensar e, posteriormente, de gerir.
Este paradigma é comprovado por uma orientação muito comum para a criação de sinergias como pedra basilar da gestão das organizações, sejam assentes em economias de escala, de aprendizagem ou de gama.
Felizmente, o foco na posição competitiva, na análise do mercado e na criação de valor para o cliente começa a desabrochar em muitas empresas, mas não é ainda o denominador comum. Curiosamente, é nestas empresas que os resultados se manifestam surpreendentemente positivos, seja através de exemplos nacionais (de grandes, médias ou pequenas empresas) ou internacionais.
E porque é que, nas outras empresas, ao marketing não é conferida uma componente estratégica e de gestão central do negócio? Por culpa do próprio marketing!
Na academia, na formação ou na acção, as áreas de marketing devem assumir uma capacidade analítica que seja o veículo que permite planear, estudar tendências, transformar o big data em small data, marcar a diferença face ao mercado e sobretudo, incutir responsabilidade e compromisso pelos resultados alcançados.
Isto obriga a que os profissionais de marketing, ou parte deles, se munam de uma forte componente analítica do negócio que possa explicar a bondade de algumas decisões relativas ao mercado. Nas quais devem intervir. Mas que não o fazem.
Em muitas organizações, deve ser dado espaço ao Marketing para que possa fazer aquilo que lhe diz respeito: gerir e potenciar a relação que a empresa tem com o seu mercado, criando valor para os seus clientes.
Os resultados expostos no “Excel” explicam o fim. O Marketing explica os números que lhe dão origem. Se deixarem……