Uma análise à realidade empresarial ao nível mundial no que respeito às novas forças do poder reforça a ideia do predomínio da tecnologia sobre qualquer outra atividade. O recurso principal do mundo deixou de ser o petróleo para passar a ser a informação.
O primeiro trimestre deste ano é, em si mesmo revelador. Neste período, as cinco empresas mais valiosas do mundo, totalizaram 25 mil milhões de dólares de lucro. É aí que encontramos a Alphabet (holding que detém diretamente várias empresas que estão vinculadas ao Google, incluindo o próprio Google), Amazon, Apple, Facebook e Microsoft.
Alguns números recentes ajudam a explicar a dimensão deste novo mundo:
- a Apple lucrou no primeiro trimestre deste ano 11 mil milhões de dólares
- o Facebook que já tem perto de 2 mil milhões de utilizadores, recrutou 3000 pessoas para a área de otimização da imagem nos ecrãs
- a Amazon capta 50% das receitas online nos EUA
- Google e Facebook captam praticamente todo o investimento em publicidade digital nos EUA
Na verdade, todas estas empresas têm transformado a forma como agimos, passamos o tempo, pesquisamos informação, interagimos com os outros, compramos, etc… Não há dia em que não se pesquise no Google ou não se dê uma espreitadela no Facebook.
E a razão pela qual este mundo veio para ficar é qua na realidade aportaram valor aos seus clientes (empresas e particulares) dando-lhes benefícios como não houve outrora, ao nível da comodidade, acesso à informação e conhecimento, mobilidade e um amplo acesso a quase tudo, de onde quer que se esteja. Tudo isto, de forma gratuita!
E vai continuar! Por exemplo, o portfólio da Alphabet irá expandir-se para outros setores, incluindo biotecnologia, capital de risco e pesquisa laboratorial, através da Calico, Google Capital, Google Ventures, Google X e Nest Labs. Também se sabe que a Apple tem intenções de projetar-se como uma força dominante no mercado de televisão e automóvel.
A ideia de um novo mundo que nos prende e vicia fica reforçada quando vemos novos players a trilharem caminhos de sucesso, como o Snapchat, que já regista 300 milhões de utilizadores por mês.
Se este é um caminho que está a ser trilhado, com a nossa conivência e interesse imediato, a verdade é que se coloca cada vez mais a questão sobre até onde vai o superdomínio da informação e em que é que isso interfere com a nossa vida particular.
Não nos esqueçamos que, de cada vez que fazemos, pin, like, post ou snap, estamos a dar sinais sobre o que somos, do que gostamos, do que nos separa dos demais e sobretudo do que pensamos. Acontece de cada vez que estamos sentados a ver TV, quando nos identificamos no trânsito ligados em GPS, a correr partilhando os feitos, nas férias, nas compras, etc…
Para além disso, todos os suportes estão conectados, desde o computador, passando pelo telefone, automóvel e mesmo o relógio, contribuindo para que a pegada digital cresça de forma exponencial todos os dias. No fundo, estamos a dar permanentemente sinais de informação sobre a nossa realidade. E, tudo isto, por vontade própria!
O tema da proteção da informação sobre os utilizadores será, assim, o grande desafio a enfrentar nos próximos tempos.
“A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado, enquanto a imaginação abraça o mundo inteiro, estimulando o progresso, e dando origem à evolução.” Albert Einstein