O valor das marcas expresso no seu goodwill, gerado pela sua estatura e vitalidade, é um tema sempre apaixonante nos domínios do Marketing Estratégico, quer por força do dinamismo inerente à competitividade das marcas, ou pela polémica que muitas vezes a rodeia.
A Interbrand é uma das mais credíveis entidades que utiliza metodologias de análise da valorização das marcas, criando rankings por sector, país, etc, aliada a uma avaliação de performance.
O que verificamos à data de hoje é que ainda não há registo de nenhuma marca chinesa nas top 100 mundiais, quando se assiste a um crescente envolvimento e importância de empresas chinesas no cenário mundial, transversal a muitos sectores de actividade. Mas não será por muito tempo.
Provenientes do oriente, encontramos 7 marcas japonesas, lideradas pela Toyota que ocupa o 10º lugar do ranking, valorizada em cerca de 30.000 milhões de dólares. Por outo lado, vemos 3 marcas sul coreanas, lideradas pela Samsung, que está cotada no 9º lugar, com uma valorização de 40% face ao ano transacto, fruto do seu dinamismo e forte competitividade, estando avaliada actualmente em quase 33.000 milhões de dólares.
E um dia destes veremos marcas chinesas neste ranking, sendo muito provável que seja a Huawei a primeira a conhecer esse registo.
É já hoje o maior fabricante de equipamentos de telecomunicações, tendo recentemente ultrapassado a Ercisson e está fortemente decidida a criar valor junto da sua base de clientes B2B ou B2C através de um forte investimento na marca e no mercado.
A Huawei demonstra sinais de que está preparada para enfrentar enormes desafios no que ao tema das marcas diz respeito, sobretudo nos mercados onde enfrenta mais resistência, designadamente os EUA e Índia. O facto da marca ser oriunda da China ainda causa forte reacção adversa à sua penetração, verbalizada por um antigo membro do Comité dos Negócios Estrangeiros norte americano desta forma: “We’d be crazy to let Huawei on our networks. Just crazy“.
Esta aposta na marca, por parte de grandes empresas chinesas já conhece outros exemplos, como é o caso da Haier, líder mundial de produtos de marca branca ou a Lenovo, que vem ameaçando a posição de liderança da HP e é, imagine-se, patrocinador oficial da Liga Nacional de Futebol Americano.
Voltemos à Huawei. As últimas alterações provocadas pela mudança da sua identidade corporativa, catapultaram a empresa para a criação de uma estratégia de brand building a nível mundial, através de uma nova visão da sua comunicação.
Construiu a sua missão e valores assentes numa lógica de “Customers First“, com relevância para a experiência contínua e aprofundada na relação com clientes, percebendo as suas necessidades e apostando em todos os desafios que daí advêm. A Huawei mede a sua performance pelo valor que é capaz de criar nos seus clientes, tornando-o um indicador de excelência do seu desempenho, como aconteceu recentemente com pequenos operadores nos EUA.http://www.huawei.com/en/industry/customer-voices/index.htm
Como reflexo desta estratégia, venceu recentemente o prémio anual da Global Excellent Telecom Cloud Solution Provider da prestigiada Frost & Sullivan Best Practice Awards in Growth Innovation & Leadership Congress. Também o jornal britânico The Independent refere que a Huawei se está a posicionar para ser a marca número um mundial nos smartphones no espaço de 3 anos.
A Huawei descobriu o valor da marca e está apostada em fazer da mesma um caso sério. Será que o mundo ocidental conseguirá continuar a resistir a tão grande ofensiva? Pelo sim, pelo não, a marca pronuncia-se “ua uei”. Habituemo-nos.
http://video.forbes.com/fvn/forbes-asia/rare-look-inside-huawei
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Ler mais: http://expresso.sapo.pt/marketing-box=s25119#ixzz2uvh3K53g