Em Portugal, o número de turistas estrangeiros entrados no país passou de 2,7 milhões em 1980 para 12 milhões em 2000, ou seja, praticamente quadruplicou.

No entanto, posteriormente esse crescimento não foi linear. Evoluiu-se em algumas novas áreas de negócio, como os aldeamentos, golfe, resorts e o turismo de habitação, mas descaracterizaram-se algumas áreas geográficas, designadamente o Algarve.

O número de turistas estrangeiros caiu de 2002 a 2004, depois estagnou, conheceu um novo crescimento até 2007 e o ano passado caiu.
Um dos grandes problemas do turismo em Portugal é o desconhecimento real da situação em que se encontra. Uma correcta análise Swot permitiria definir um rumo, mas quando não se sabe de onde se parte, temos um problema. E com isso ficam por definir paràmetros essenciais, como as tendências da procura, à acção da concorrência, o desempenho dos mediadores de mercado (operadores, low costs, Internet…). Sé tendo conhecimento dessa realidade, o turismo em Portugal poderá desenvolver novas propostas de soluções e mercados (Alentejo, Minho, Litoral Oeste, etc…) e respectivas submarcas (Alqueva, Nazaré, Sintra, Óbidos, etc….).

Nos momentos de crise como o actual coloca-se sempre a questão de aferir o grau de dificuldade em perceber as causas dos problemas que as unidades hoteleiras enfrentam, sendo que os retratos são diferentes mediante a região ou o tipo de intervenção hoteleira.

Lógica “tudo incluído”

Neste momento a hotelaria tradicional está pressionada pelos preços, vê-se envolvida na lógica do “tudo incluído”, onde grande parte da receita é retida no estrangeiro. O golfe, por exemplo, demonstra ser uma actividade com custos de estrutura elevados e as quebras recentemente sentidas na procura podem representar um problema de sustentabilidade grave para as empresas que os gerem.

Também se vulgarizou a oferta imobiliária turística (venda por catálogo em feiras em Dublin fizeram escoar um numero muito significativo de apartamentos no Barlavento algarvio) e os grandes operadores começam a afastar-se de Portugal.

As maiores oportunidades residem naquilo que pode vir a ser um boom das companhias low cost, orientadas sobretudo para o mercado britânico, que poderia ter um enorme potencial. Mesmo o mercado espanhol tem uma margem de progressão enorme, aproveitando o facto de que para os espanhóis, o preço no turismo passou a constituir um factgor crítico de sucesso e a proximidade geográfica, hoje é encarada como uma economia de escala.

Posicionamento no turismo

Vem isto a propósito do posicionamento de Portugal no contexto do turismo: European West Coast Country. Porquê posicionar a marca em termos geográficos? European West Country? E a costa Galega onde fica? A Irlanda não é West Country? E que chamaremos aos Açores? Double West Islands?

Nada nesse posicionamento explica qual é a variável distintiva de Portugal, factor essencial para afirmar uma marca que é só a mais antiga da Europa, enquanto Estado-Nação. E isso, sim, é inigualável.

Um dia teremos um restyling da bandeira em tons de azul e amarelo, com a explicação de que azul é o mar e amarelo é o sol. Dizem que o marketing é maltratado. Pudera…

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Published On: Julho 9, 2010 /