Todo o setor do retalho representa hoje uma das atividades económicas mais importantes e relevantes, independentemente do seu formato físico ou online. Responsável por um elevado número de postos de trabalho, contribui significativamente e de forma crescente para o PIB, com maior incidência nos países mais desenvolvidos.
Hoje colocam-se diversos desafios à atividade de retalho, decorrentes do facto de contribuírem significativamente para a pegada de carbono inerente a sua atividade, muito acima da grande maioria das áreas de negócio. E a razão é simples: trata-se de uma atividade que necessita de colocar em prática toda a logística e transporte de produtos, da fábrica ao distribuidor, do distribuidor à loja, com a finalidade de garantir a proximidade ao cliente. Por outro lado, um leque alargado de produtos em loja ainda carece de sustentabilidade.
Entre os principais responsáveis das maiores cadeias de retalho do Reino Unido (British Retail Consortium), designadamente a Waitrose, Co-Op, Marks & Spencer, Sainsbury ou Tesco persegue-se o objetivo de atingir o nível 0 na emissão de gases de carbono em 2040. Este desafio está dividido em 3 fases:
- as lojas serão reformadas no sentido de corresponder aos índices de sustentabilidade desejáveis já em 2030;
- todo o sistema de transportes e entregas fará o mesmo caminho até 2035
- os produtos aí comercializados terão de se ajustar às novas condições do mercado até 2040.
Assim sendo, quais são algumas das iniciativas que as cadeias de retalho podem imediatamente começar a pôr em prática?
- levar a cabo uma dinâmica de orientação do cliente para produtos sustentáveis, quer através da sinalética, da promoção de campanhas e da dedicação de maior espaço de exposição linear para este tipo de produtos;
- utilizar materiais recicláveis;
- recorrer ao mínimo de plástico nas embalagens;
- privilegiar produtos de origem local, uma vez que contribuem de duas formas para o aumento da sustentabilidade: ora promovendo a economia local, ora diminuindo a pegada de carbono, decorrente da redução da distância dos transportes.
- transição para a emissão de recibos por via digital
Afinal, o objetivo último resulta em colocar em prática um processo que implemente uma economia circular, através do desenvolvimento de produtos que respondam positivamente pelo grau de exigência da sustentabilidade. E que durem!
Como não podia deixar de ser, toda esta envolvente decorre também daquilo que é a perspetiva dos consumidores e daquilo que estes valorizam. Assim, um recente estudo de mercado levado a cabo no Reino Unido indica as principais preferências do consumidor nas suas escolhas:
- 56% orientados pelo preço
- 54% focados nas poupança e promoções
- 51% assumem-se “digitais”
- 50% dizem ser “amigos do ambiente”
- 49% intitulam-se “saudáveis”
- 46% referem ter consciência ambiental
- 43% preferem produtos locais
Cruzando as tendências transversais do retalho com aquela que é visão dos seus clientes, veremos a concretização de muitos destes novos desafios, através do impacto no portefólio de produtos, ambiente de loja, cruzamento da envolvente física com digital e uma maior proximidade ao cliente.
in https://linktoleaders.com/sustentabilidade-a-nova-normativa-do-retalho-pedro-celeste/