Quando olhamos para a evolução das marcas que mais se distinguiram nos últimos anos, somos obrigados a constatar que estamos perante uma realidade onde existem empresas superestrelas, comandadas pelos respetivos super empreendedores que lhes deram origem ou força suplementar.

É neste registo se encontram Apple, Google, Microsoft, Amazon e Facebook. O somatório da capitalização bolsista destas cinco marcas equivale a 8,3 biliões de dólares, só superado pelo PIB das duas maiores potências mundiais do momento, EUA e China. E não estamos a considerar nesta equação a importância e dimensão que Alibaba, JD, Wish ou Shein têm no e-commerce mundial, onde agregam centenas de milhões de clientes, sobretudo a Oriente. A propósito, recorde-se que, no que diz respeito ao comércio eletrónico mundial, as empresas chinesas transacionam cerca de três vezes mais volume de negócios que as empresas norte-americanas.

Desde que o mundo tem evoluído e migrado para o mundo digital, com particular incidência a partir do início da pandemia, estas marcas têm conhecido uma evolução estratosférica, apesar da turbulência que tem sido gerada à volta de algumas delas, com particular destaque para o Facebook.

É que o número de clientes que estas empresas servem corresponde a cerca de 65% da população mundial. E se umas representam produtos e serviços, outras preenchem o seu espaço na sociedade como geradoras de conteúdos, formas de comunicação, pesquisa e interação.

É expectável que se vão formando corpos maiores à medida que algumas empresas de segunda linha incorporem a lógica de diversificação destas cinco marcas, passando a fazer parte do seu portefólio, através de processos de aquisição de empresas, ou mesmo fusão. Foi assim que o Facebook integrou o Messenger, WhatsApp ou Instagram; foi assim que a Microsoft integrou o Snapchat e o Skype e tentou o TikTok. Foi assim que a Google comprou o YouTube, Waze, HTC ou a Motorola Mobility; foi assim que a Amazon comprou a Metro-Golden-Mayer (MGM) por 8,5 mil milhões de dólares, quando antes já havia adquirido a Whole Foods por 14 mil milhões de dólares.

Tudo isto foi o passado recente. Adivinha-se um futuro que será ainda mais avassalador e que irá progredir de forma geométrica. O Facebook propõe-se entrar na área da realidade virtual, onde a nova marca Meta (num processo semelhante àquele que levou a Google a criar a Alphabet) promete ser um dos principais protagonistas, com o conceito metaverse.

A Microsoft adquiriu por cerca de 20 mil milhões de dólares a Nuance, com a finalidade de se afirmar na área da inteligência artificial.

A Amazon tem aspirações a liderar diferentes mercados, desde a distribuição na indústria farmacêutica, à exploração espacial, tendo todas as condições para se transformar na maior fintech mundial (neste momento é o Ant Finantial da Alibaba).

A Apple olha para o mercado da realidade aumentada como o futuro da empresa, quando já se conhece a sua ambição na tecnologia automóvel, com a compra da empresa de inteligência artificial especializada em condução autónoma Drive.ai e da chinesa Didi Chuxing (“Uber chinesa”), onde investiu 1.000 milhões de dólares e que tem cerca de 500 milhões de clientes, prometendo manter uma média de aquisições de uma empresa por mês.

E que dizer da Google, que aspira constituir-se como o ambiente online 24/7, não importando quem somos, o que fazemos ou o que queremos procurar, seja através de Android, Chromebooks, Smartwatch ou Google Home ao mesmo tempo que se projeta como a plataforma de eleição da Uber, Netflix ou Candy Crush?

Por falar em Google, é muito provável que seja aquela que reúne mais condições para integrar dentro do seu portefólio de negócios uma outra grande marca e alargar o âmbito da sua oferta, uma vez que também tem grandes aspirações a dominar toda a indústria de hardware, competindo com a Apple e com a Samsung.

Todos parecem querer tudo, prometendo entrar nas áreas vizinhas, onde vão encontrar algumas das outras quatro marcas. E a única certeza que podemos ter é que a distância que as separa dos PIB’s dos dois maiores países do mundo se vai desvanecer, dando lugar a um ainda maior protagonismo destas Superestrelas: que se confrontam a nascente e poente!

É verdade que este domínio mundial gera um poder imenso, sendo potencialmente perigoso quanto à proteção da nossa individualidade e segurança. Nesse caso teremos uma Supernova. Mas também é verdade que somos livres de sermos seus clientes/utilizadores ou de os rejeitar. Vai predominando a vontade de ficar!

Published On: Novembro 4, 2021 /