Todos temos acompanhado o ciclo vertiginoso com que a tecnologia evolui, em todas as vertentes da actividade das empresas e, em particular, no comportamento do consumidor e respectiva gestão das suas rotinas.
Ouvimos falar em carros inteligentes, repletos de sensores, que prometem diminuir drasticamente o número de acidentes, por incremento da segurança, como se fosse algo a que estivéssemos já habituados. Aceitamos como óbvio que o auto-diagnóstico médico terá lugar a breve prazo, permitindo-nos conhecer em tempo real os indicadores básicos do nosso estado de saúde, bem como providenciar alertas sempre que a mesma esteja em causa. Deixaremos de ir às compras sozinhos porque uma aplicação nos acompanhará, com sugestões sobre as melhores opções, nos ditará regras sobre a gestão orçamental pessoal e nos tornará mais ágeis face às promoções. Teremos um consultor de moda permanente que simulará a melhor combinação de roupa, tipo de cabelo, cosmética, etc… Tudo nos parecerá natural e, em breve, os mais jovens não perceberão como seria possível viver de outra forma.
A par disso, quando se sabe que o mercado chinês cresceu 600% nos últimos 4 anos nas actividades de e-commerce, tornando-se no líder mundial e quando se lê que a Amazon quer tornar o mercado indiano, até há bem pouco tempo fechado ao mundo digital, no seu segundo maior mercado mundial, percebe-se bem quão exponencial vão ser o crescimento do marketing apoiado na tecnologia e na capacidade criativa que daí advirá.
Mas esse futuro tecnológico, ao contrário do que ocorreu no passado recente, irá tornar-se imprevisível. Se, nas décadas de 70 ou 80, o objectivo tecnológico assentava em tornar um carro mais veloz, um prédio mais alto ou um processador mais rápido, dobrando a eficácia a cada dois anos, hoje o que marca a diferenciação não consiste em aumentar os mesmos atributos proporcionalmente, pois caso contrário já teríamos carros a andar perto da velocidade da luz e edifícios que chegariam à Lua. O progresso mudou de paradigma: da performance para a qualidade.
Hoje os computadores têm níveis excepcionais de performance com praticamente o mesmo hardware. Actualmente, o acesso à informação, produtos e serviços, está banalizado pela crescente disponibilidade no mundo online. E, sobretudo, hoje a tecnologia caminhará no sentido de se tornar totalmente inseparável dos seus utilizadores, formatando-se, ela mesma, às suas necessidades, vícios e gostos.
Deixaremos de ter que aprender com a tecnologia, pois ela encarregar-se-á de nos estudar primeiro.
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