A evolução da inteligência artificial tem permitido que um conjunto de marcas e empresas ajustem novas possibilidades de utilizar estratégias baseadas em dados para fidelizar os seus clientes, de uma forma cada vez mais customizada.
Neste sentido, a inteligência artificial deve contribuir para que a experiência do cliente seja, não só positiva, como superior aquela que resulta da sua ausência. E quando os algoritmos vão trabalhando na observação dos padrões de comportamento dos seus consumidores e das suas tarefas rotineiras, então operam no desenvolvimento de funções capazes de otimizar diversas técnicas: robótica, onde podemos encontrar a reconhecimento da tecnologia em função do ambiente rotineiro em que está situado, machine learning, em que a máquina aprende a tomar decisões pelos seus clientes ou PNL, nos casos em que a tecnologia reconhece, interpreta e executa aquilo que provém da linguagem escrita e áudio.
Até há bem pouco tempo, a componente humana foi a pedra basilar do desenho das operações a executar. Mas já entrámos na era do algoritmo que vai aprendendo com o próprio algoritmo. Daqui decorre que o seu potencial de desenvolvimento é ilimitado e a curva da sua progressão se tornará geométrica.
Já hoje vemos o algoritmo a terminar frases que vamos escrevendo ou a sugerir uma melodia para uma determinada composição de texto, jogar xadrez ou resolver problemas tremendamente complexos. Afinal, tudo aquilo que um ser humano faria, mas que agora pode ser ajudado e ainda com mais perfeição pelo contributo da inteligência artificial.
Coma base neste potencial, as grandes marcas não estão desatentas e pretendem ganhar protagonismo global em toda a sua plenitude. É assim que a Amazon, Google, Facebook, IBM e Microsoft, são os fundadores da Partnership on AI, uma organização que tem como missão reunir diversos contributos em setores, disciplinas e demografia globais para que os desenvolvimentos provenientes da inteligência artificial se concretizem em benefícios para as pessoas e sociedade.
Vejamos o caso particular da Google, que depois de ter investido em acessórios virtuais (relógio e óculos), pretende agora corporizar a liderança da inteligência artificial em muitas áreas de negócio. Já o tinha feito no passado (2014) com a DeepMind, que entre muitas facetas gerou o Alphazero, o programa de xadrez imbatível e em 2019 descobriu como dominar os videogamers. Acrescente-se que o enorme investimento realizado desde a sua compra, só obteve retorno positivo em 2020.
Para se compreender a extensão das suas ambições, a Google está decidida a liderar a inteligência artificial na área da saúde e a investir, de forma nunca antes vista, na longevidade humana. Par tal criou a Alphafold e a Isomorphic Labs: a primeira persegue o objetivo de prever a composição das proteínas em estruturas complexas; já a segunda tem a missão de imaginar, através da inteligência artificial, todo o processo de descoberta de medicamentos desde os primeiros princípios e modelar alguns mecanismos fundamentais da vida. No prosseguimento desse desígnio, já estabeleceu uma parceria com a L’Oreal para melhor entender como se desenvolve o envelhecimento da pele, por forma a encontrar soluções eficazes.
Este exemplo diz-nos que a fase a que estamos a chegar projeta-nos para uma nova forma de criatividade e inovação, assente na inteligência não-humana, o que pode pressupor em alguns casos a quebra de regras de construção mental. E tem tendência para se focalizar nos modelos da fundação do conhecimento sobre qualquer matéria.
A inteligência artificial tem imensa amplitude para crescer e é permanentemente adaptável. Mas esta promessa de benefícios em toda a linha enfrenta uma desconfiança, também ela crescente, pelos medos que gera nas suas infinitas capacidades e por duas razões: a concentração do poder em poucas empresas e países, a par da possibilidade de alguma da sua modelização futura estar programada para destruir ou ser demasiado intrusiva.
No dia em que, segundo a perceção dos clientes, a inteligência artificial se confundir com a realidade, teremos modelos de negócios, propostas de valor e formas de comunicar muito diferentes. As empresas que não o fizerem tornar-se-ão artificiais.
in https://linktoleaders.com/inteligencia-artificial-cada-vez-mais-real-pedro-celeste-pca/